Os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 : Ai! Que preguiça!…
Digam o que quiserem ( o jornalista Ruy Castro, por exemplo, acha que não foi nada de mais). Mas a Semana Moderna de 1922, realizada entre 13 e 17 de fevereiro daquele ano, foi um marco importante na tentativa de sair do jequismo que até hoje atola o Brasil.
Como muitos fatos históricos importantes, a Semana (que nem mesmo uma semana durou) não foi percebida como tal quando aconteceu. Sofreu, enquanto acontecia e depois, todas as detratações esperadas em um país que acontecia na periferia da periferia do mundo. Aliás, décadas precisaram se passaram para que começasse a haver reconhecimento devido ao ato-performance-happening feito no Teatro Municipal de São Paulo (em frente ao qual, fazem poucos dias deste março de 2022, enquanto fotografava e filmava a multidão de mendigos e outros desvalidos que agora dormem-moram nos seus degraus, tive meu celular roubado… mas aí, é outra estória) por Mário e Oswald de Andrade, Manoel Bandeira (à distância), Graça Aranha, Villa-Lobos, Tarsila, Guiomar Novais e vários outros e outras.
A Semana de 1922 não inaugurou o Modernismo no Brasil, claro. Esse movimento, que começou na Europa em fins do século XIX, já aqui tinha vários representantes; embora tivesse chegado décadas depois de na Europa. Mas foi a primeira vez que a elite cultural e econômica de São Paulo e Rio (com todo o seu atávico atraso mental e civilizatório) abriu as portas de um de seus templos para algo claramente não-acadêmico, não-conservador, voltado para as raízes do Brasil. Enfim, como dizem os gringos, o resto é história: a importância da Semana de Arte Moderna de 1922 ( e a aceitação do Modernismo, hoje defunto) cresce entre nós a cada ano que passa. Quem sabe, chegue um dia até a elite, né?
Tenho preparado algumas coisas para me meter nessa estória modernista (da qual grande parte dos artistas contemporâneos são netos) e participar das celebrações. Os próximos posts, a começar por este, trarão a série “MacunaMárioNaíma”

Trabalho Digital

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Publicado em: Série: MacunaMárioNaíma